quarta-feira, abril 18, 2007

O Sismo dos Teus Dedos

O sismo dos teus dedos
Reverbera ainda na cave
Onde guardo todas as horas azuis
E o canto das flores
Do teu sal




quinta-feira, abril 05, 2007

Gume Azul










Seria fácil

Bastaria a lâmina da sombra
E todo o leito morno das veias
Entraria em erupção

Impossível
É esquecer o gume azul
Do voo das aves
No teu sorriso

segunda-feira, março 26, 2007

É com palavras






É com palavras
que invento as janelas
da vida


Mas é na cave
lamacenta e negra
que vivo os dias.

domingo, março 18, 2007

Neblinando II

...
No ventre da neblina

O templo
O corpo

Altar telúrico da luz

Aquém
A alma lacerada
Nos trilhos impossíveis
….

domingo, março 11, 2007

Aconchego de Musgo

Despido de corpo
Aconchego-me sereno

Na tua memória
De musgo....
....

domingo, março 04, 2007

Luz de Nada

Na sombra da luz

Encontro os fantasmas dos dias
Enraizados na paz fria

Deste excesso
de nada

domingo, fevereiro 25, 2007

Neblinando I


Pé ante pé
Percorro as oitavas todas
da neblina
Chegando a lado nenhum


Digo,
Ao labirinto das ramagens


Onde a pele
Se reduz ao deserto
De afago

domingo, fevereiro 18, 2007

Completando o Ciclo

Ousei desafiar as brumas
e navegar no Teu Lago

nas palavras entranhadas
nas sombras
encontrar algum abrigo
....
Completei um ciclo
remando no labirinto dos espelhos

Rasguei o peito,
as feridas
adormecidas
a tela dos dias velhos

O sangue, o fogo, consumi

Por isso, aqui estou, ó deusa
prostrado perante ti
em cinza
:::







::::::::....

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Procuro as palavras



Procuro as palavras

Encontro destroços
Frases mutiladas
Imagens secas
Fantasmas

Encontro páginas em branco
A alma no espelho
Apenas nada

Procuro as palavras

Mas falta-me a água das fontes
O ritual do fogo

O espaço

Procuro as palavras






domingo, fevereiro 04, 2007

Pintura a Negro


Como dizer…

É uma pintura toda a negro…

No espaço menos correcto existe uma flor

Um espaço de luz insurrecto,
Subversivo
Liminar como um buraco negro…

Impossível cerrar os olhos.

A corda do horizonte asfixia as palavras escritas no magma da pele.
O sonho suicida-se no limite da moldura.

São assim as horas do poema
Labirinto
Vazio
Cor

domingo, janeiro 28, 2007

Desafio Sem Futuro

A lua
na sua fugaz luminosidade
corre viscosa na tua pele

precipitando o amanhecer

a sombra


Fragmento de paraíso
onde a alma adormece
no desafio do horizonte salgado

sem futuro

domingo, janeiro 21, 2007

Teialma


No movimento perpétuo da luz
:::::::::::::::......
::::::::
O sal do olhar fica aprisionado no crepúsculo do real



............

domingo, janeiro 14, 2007

Clepsidra

Longe da pele

o caos dos relógios
infectam as águas das veias

os dias são maremotos de minutos

eternos


A alma
anseia a foz
e o veludo quente
das orquídeas.

domingo, janeiro 07, 2007

Cordão Umbilical

Raiz

.....

Alicerces

....
.....
....Tudo/Nada

.....

domingo, dezembro 31, 2006

Alma Trôpega de Sono



A alma
Arrasta-se pelas esquinas de luar

Trôpega de sono
Não consegue desprender-se dos sonhos
Que dão cor às avenidas

Breves

Dos minutos


......




domingo, dezembro 24, 2006

Veludo da Memória IV

No veludo da memória
Fica o sabor da compota de frutas vermelhas

E o sol



Salgado das orquídeas


domingo, dezembro 17, 2006

Veludo da Memória III

No veludo da memória
arde a tua sombra

ferro em brasa
no luar desassossegado da noite

maré de nascentes
no cinzento da vida

A alma perturbada
Encontra o horizonte
Na moldura indelével do sonho

Sorri


domingo, dezembro 10, 2006

Veludo da Memória II

No veludo da memória
São vermelhas as marcas
Das tuas palavras

Magma salgado na pele

Pétalas
Dentes

Sangue diáfano
Ardendo na noite


........... Suor doce
::::::::

domingo, dezembro 03, 2006

Veludo da Memória I

Transversalmente
a alma
adquire a omnipresença da tua pele

Fixa o ocaso e a maré

o sal

Veludo da memória
que preenche os poros dos sonhos
e justifica as manhãs
vermelhas de sol

domingo, novembro 26, 2006

Sacrilégio




:::::
Horizontal
a pele

reflecte esse magma quente
que escondes na penumbra aprisionada

da Alma

domingo, novembro 19, 2006

Presença Ausente

....


É assim a tua presença













Sinto-me
Insignificante
Na tua ausência

domingo, novembro 12, 2006

No Limbo dos Dias

No limbo dos dias
O teu cheiro aviva a memória
No subtil toque
Da Alma
....

domingo, novembro 05, 2006

Porta Azul


Navego no labirinto dos dias
.......................... até a encontrar.
Respiro. Estremeço.


Com palavras contidas
.......................... e sal no olhar

permaneço
.......................... na ombreira

.................................Azul
.................................Mar

domingo, outubro 29, 2006

Outonece


O sol desprende-se dos ramos
minuto a minuto

Inevitavelmente.

Fragmentos de vida fossilizam nos álbuns de fotografias
enquanto sedimenta tempo sobre tempo
sonho sobre sonho.

Inevitavelmente

A marcha das horas continua
até ao limiar dos dias
de luz.

domingo, outubro 22, 2006

Leve Tesouro


Nas reentrâncias
do círculo fechado dos dias

um leve tesouro de cor
dá sentido ao sorriso tímido

da Alma

domingo, outubro 15, 2006

Nos Teus Lábios




.....
Nos teus lábios
Nascem palavras mágicas


Fazem brotar água nos olhos
Desertos
Da alma.

domingo, outubro 08, 2006

Sombra Requebrada

Requebrada
A tua sombra
Permanece
No centro do furacão
Da Alma

domingo, outubro 01, 2006

Ciclo da Alma


Será isto o ciclo da alma?


A noite regredindo
com o pulsar do sangue?


Ou o coração crescendo
No veludo das madrugadas?


O movimento da Alma
No ventre magmático da noite!

(É o que será!)

domingo, setembro 24, 2006

A Outra Alma

Mergulhar
mergulhar mais fundo

e por mais tempo

Saborear ao limite a côdea áspera
do inferno, ventre interior
mãe d’água da vida
diariamente eterna
que queima as horas que correm viscosas nas veias
...................................................................
Mergulhar
até quase à asfixia
neste lago viscoso
centro de tudo

de mim

até vislumbrar as janelas de água

A outra alma
fuga azul
sangue
sol

domingo, setembro 17, 2006

Alma Enovelada

A Alma

negra

enovela-se
ao pôr-do-Sol

Veludo morno
de mel

e pele

domingo, setembro 10, 2006

Alma sem Sol

Os dias repetem-se, vazios.

Na Alma profunda do Mar
Ficaram as marcas
Do Sol
...

Gravadas a dor

domingo, setembro 03, 2006

Aguarela

Com o sonho
Precipita-se o arco-íris em mil faíscas

Espraia-se na pele molhada dos dias
Transformando o fogo das cores em aguarela


A Alma refugia-se

Insensível

Na profundidade negra

Da noite

domingo, agosto 27, 2006

Alma Cega


Não é sonho
Apenas saudade
Está a alma cega
. pela claridade
Refúgio ofuscante
. de diamantes



Triângulo luminoso
Que amanhece o olhar
E humedece a pele

domingo, agosto 20, 2006

Ocasos

Na partitura dos dias
Permanece desfocada a melodia da pele

...
...
Ocasos sustenidos da alma

domingo, agosto 13, 2006

Topázio Humedecido

No magma petrificado
da Alma
Renasceu o sol















Pequeno topázio humedecido
no ventre precioso
da manhã

domingo, agosto 06, 2006

São Assim os Dias

A Alma dissolve-se
lentamente
sem sentido
no negro labirinto dos dias

A esperança é um sol diferente
na nova madrugada

Deslizam dolentes as horas
no olhar

e no horizonte
de ti

domingo, julho 30, 2006

Noites de Veludo

Há mãos
como noites de luar

Veludo
que amacia a Alma
e amanhece a saudade
de pele

domingo, julho 23, 2006

Subjectivo Fractal


Com os pés acorrentados
No chão do dia-a-dia

Ramifica-se a alma
Cristaliza-se a humidade
Salgada do Outono

No nevoeiro perigoso

Do sonho

domingo, julho 16, 2006

Existem Madrugadas?




É lua nova há tanto tempo
neste bosque cerrado
que quase me esqueci que sou

Minha alma hibernou enroscada no limbo do nada

Um fogo-fátuo explodiu no horizonte

Acordaram os olhos
incrédulos
perplexos
raiados de cor

Existem madrugadas?
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